Cultura ensinada de maneira didática

09-08-2010 08:39


                        

 

    É possível transformar caixas de leite em uma gaita? Ou então fazer a bandeira do Rio Grande do Sul utilizando serragem? Uma oficina de brinquedos pedagógicos seguida de uma palestra marcou, na segunda-feira, o 2º Encontro de Cultura Gaúcha. Professores de várias cidades da região estiveram na Secretaria Municipal de Educação e Cultura (Smec) para aprender maneiras de se trabalhar aspectos da Semana Farroupilha em sala de aula. As atividades serviram para que o ensino seja aplicado de uma forma didática e lúdica.


    Durante a tarde, a convite da comissão dos festejos farroupilhas, a professora Tânia Lori Kist apresentou materiais que podem ser reutilizados com os alunos. “É trabalhoso, mas compensador. Envolve muita paciência porque a criança tem ansiedade de ver aquilo pronto”, observa. Segundo ela, basta criatividade com jornais, garrafas pet, tampinhas de refrigerante, latas de óleo ou tinta spray. Em 24 anos de magistério, Tânia já confeccionou lendas do Estado e do Brasil como a mula-sem-cabeça, a cuca, o boitatá e o negrinho do pastoreio.

A presidente da comissão dos festejos e representante da Smec, Zoraia Pereira dos Santos, ressalta que o evento buscou o enfoque pedagógico. “Víamos muito os professores convidando os CTGs a irem aos colégios. Queríamos mudar isso.” Para Zoraia, é preciso resgatar a importância desses brinquedos. “Estamos numa era em que há um grande bombardeio de internet e videogame. Dessa forma, elas (crianças) podem brincar com aquilo que constroem”, sublinha.

    As professoras da Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Paraíso Infantil, Jaqueline Jandrey e Regina Alves Ferreira, esperam pôr em prática o que aprenderam na oficina. “Levamos ótimas idéias para trabalhar. No dia 22 (de agosto), comemora-se o Dia do Folclore. Precisamos valorizar”, destaca Regina. Na visão de Jaqueline, os brinquedos chamam mais a atenção. “Os pequenos gostam de manusear. Além disso, estaremos ajudando a preservar o ambiente, recuperando o que certamente iria para o lixo”, enfatiza a docente, que já foi prenda da Associação Tradicionalista Santa-Cruzense (ATS).


Chimarrão

    Em um evento voltado para os costumes do tradicionalismo, o chimarrão não poderia ficar de fora. No auditório da Smec, Joacir Rosa da Silva, o Joca (foto), 52 anos, mostrou alguns dos 20 tipos que sabe preparar da bebida típica dos gaúchos. “Em primeiro lugar, a erva tem que ser de qualidade”, orienta. Segundo ele, a bomba não deve ser mexida enquanto se toma e o primeiro chimarrão é de quem o fez. Uma roda de carroça, um coração e a cabeça de um cavalo estavam entre os formatos apresentados. Acostumado a preparar o chimarrão desde a infância, Joca mantém um velho hábito. “Faço sempre de manhã e à tardinha, acompanhado de uma boa música gaúcha”, revela o tradicionalista. Questionado sobre a época do ano em que prefere beber, ele brinca: “No inverno é para esquentar e no verão para refrescar.

                                            Fonte: Maurício Goulart -Gazeta do Sul

 

 

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